Histórico da crise hídrica

O déficit de 2013-2014

As chuvas de outubro a março em geral garantem a recuperação do sistema Cantareira, mas não foi isso que aconteceu em 2013 e 2014. A entrada de água neste período foi a menor da história do sistema, que pela primeira vez atravessou mais de um ano inteiro com mais água saindo do que entrando.

Uso do volume morto

O volume de água caiu paulatinamente a partir de abril de 2013. Em 07 de julho de 2014 foi autorizado o uso da primeira cota do volume morto, para retirada por bombeamento ¹. O volume útil ² se esgotou em 11 de julho de 2014. O nível do reservatório continuou em queda e em 17/11/2014 a SABESP conseguiu autorização para usar uma segunda cota de volume morto ³. O sistema dependeu do uso do volume morto pelos 17 meses seguintes. Seu uso só foi revogado em março de 2016, quando o sistema estava com 23,4% do seu volume útil ⁴.

As causas

Os anos de 2013 e 2014 foram os menos chuvosos da região pelo menos desde 1979 ⁵. Para uma comparação com o passado recente, veja o gráfico logo abaixo. A causa imediata da seca foi um bloqueio atmosférico ⁶. Mas houve anos igualmente secos em que a vazão de água para o sistema Cantareira não se reduziu tanto. Veja aqui. Além disso, o balanço de 2015 mostra que as chuvas voltaram ao normal, mas entrada de água no sistema não. Houve uma uma transição catastrófica para um estado de baixa eficiência.

RESOLUÇÃO CONJUNTA ANA/DAEE No 910, DE 07 DE JULHO DE 2014 ↩
Água acessível sem necessidade de bombeamento, pois flui pela diferença de nível entre os reservatórios do sistema.↩
RESOLUÇÃO CONJUNTA ANA/DAEE No 151, DE 07 DE MARÇO DE 2016 ↩
Comunicado 1 do GTAG - Cantareira ↩
RESOLUÇÃO CONJUNTA ANA/DAEE No 1672, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2014 ↩
Nobre, C. , Marengo, J. , Seluchi, M. , Cuartas, L. and Alves, L. (2016) Some Characteristics and Impacts of the Drought and Water Crisis in Southeastern Brazil during 2014 and 2015. Journal of Water Resource and Protection, 8, 252-262.↩